Johann Joseph Fux - O Estudo do Contraponto Gradus ad Parnassum.pdf

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Johann Joseph Fux
O estudo do contraponto
(do Gradus ad Parnassum)
FUX, Johann Joseph. O estudo do contraponto (do Gradus ad Parnassum). Jamary Oliveira, trad., Hugo L. Ribeiro, ed.
Traduzido por Jamary Oliveira a partir da versão em inglês:
THE STUDY OF COUNTERPOINT from Johann Joseph Fux’s Gradus ad
Parnassum . 1971. 3° ed., traduzida e editada por Alfred Man. New York,
London: W. W. Norton.
Tradução de notas, Prólogo, Revisão e Edição feita por:
Hugo L. Ribeiro
em
Agosto de 2002
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FUX, Johann Joseph. O estudo do contraponto (do Gradus ad Parnassum). Jamary Oliveira, trad., Hugo L. Ribeiro, ed.
Conteúdo
Prólogo do autor ao leitor
Pg. 4
O Diálogo
Pg. 5
Primeira Parte
I. Nota contra nota
Pg. 8
II. A segunda espécie do contraponto
Pg. 16
III. A terceira espécie do contraponto
Pg. 22
IV. A quarta espécie do contraponto
Pg. 26
V. A quinta espécie do contraponto
Pg. 30
JOHANN JOSEPH FUX, Compositor e teórico austríaco, nasceu em 1660 e morreu em Vienna em
1741. Em 1698 ele se tornou compositor da corte; em 1704 ele foi eleito mestre de capela em St.
Stephen (Kapellmeister), e eventualmente mestre de capela da corte. Nesse mais alto posto musical
ele serviu três imperadores sucessivos. Entre suas inúmeras composições musicais estão óperas,
oratórios, obras sacras, e peças instrumentais. Seu trabalho mais duradouro é seu tratado de
contraponto, Gradus ad Parnassum .
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FUX, Johann Joseph. O estudo do contraponto (do Gradus ad Parnassum). Jamary Oliveira, trad., Hugo L. Ribeiro, ed.
Prólogo do autor ao leitor
Algumas pessoas irão talvez se admirar porque eu me encarreguei de escrever sobre música, existindo
tantos trabalhos feitos por homens excepcionais que trataram do assunto de forma mais minuciosa e
erudita; e mais especificamente, porque estaria fazendo justamente nesta época quando a música se tornou
quase arbitrária, e compositores se negam a estarem limitados por quaisquer regras e princípios,
detestando qualquer escola ou lei como a morte em si . Para esses quero deixar claros meus objetivos. Têm
existido, certamente, muitos autores famosos por seus escritos e competência, que tem deixado uma
abundância de trabalhos sobre teoria da música; mas sobre a prática de escrever música eles tem dito
muito pouco , e este pouco não é facilmente entendido. Geralmente, eles se dão por satisfeitos de darem
uns poucos exemplos, e eles nunca sentiram necessidade de inventar um simples método o qual o aprendiz
pode progredir gradualmente , ascendendo passo a passo até alcançar o domínio desta arte .Eu não devo
deixar-me desanimar pelos mais calorosos inimigos da escola, nem pela decadência dos tempos.
Medicina é dada aos doentes, e não àqueles que estão em boa saúde. No entanto, meus esforços não
tendem – nem credito a mim mesmo tal força – a obstruir o rumo de uma corrente que segue tão
rapidamente para além de seus limites. Eu não acredito que possa trazer de volta compositores de sua não
moderada insanidade em suas composições, para os padrões normais. Vamos cada qual seguir sua própria
consciência. Meu objetivo é ensinar jovens que querem aprender. Eu conheci e ainda conheço muitos que
são talentosos, e que estão ansiosos para estudar; mas na falta de meios e de um professor, eles não
podem realizar sua ambição, mas permanecem, para sempre desesperadamente ávidos.
Procurando uma solução para esse problema, eu comecei, então, alguns anos atrás, a trabalhar em um
método similar aquele no qual crianças aprendem as primeiras letras, depois sílabas, depois combinações
de sílabas, e finalmente como ler e escrever. E não tem sido em vão. Quando eu usei esse método em aula,
observei que os alunos fizeram impressionantes progressos dentro de um curto espaço de tempo. Então
pensei que poderia prestar um serviço à arte se eu o publicasse para o benefício de jovens estudantes, e
compartilhar com o mundo musical a experiência de quase trinta anos, nos quais servi a três imperadores
(no qual posso com toda modéstia, ter orgulho). Além de, como Cícero citou de Platão: “Nós não vivemos
somente para nós mesmos: nossas vidas pertencem também a nosso país, aos nossos pais, e nossos
amigos.”
Você irá notar, caro leitor, que eu deixei muito pouco espaço para teoria neste livro e muito mais para a
prática, desde que (a ação sendo o teste da excelência) essa era uma necessidade maior.
Finalmente, para um melhor entendimento e maior claridade, eu usei a forma do diálogo. Por Aloysius , o
mestre, referi-me à Palestrina, o celebrado luz da música, de Praeneste (ou, como outros dizem, Praeeste),
a quem eu devo tudo que sei sobre essa arte, e cuja memória nunca devo parar de cultivar com um
sentimento de profunda reverência. Por Josephus eu me refiro ao aluno que deseja aprender a arte da
composição.
E por último, não se ofendam pela humildade de minha escrita; desde quando eu não clamo por uma
latinidade outra que e de um viajante que retorna à terra que ora chamou de casa. E gostaria
preferencialmente ser compreensível do que ser eloqüente. Adeus, bons proveitos, e seja paciente.
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FUX, Johann Joseph. O estudo do contraponto (do Gradus ad Parnassum). Jamary Oliveira, trad., Hugo L. Ribeiro, ed.
O DIÁLOGO
Josephus – Venho a ti, venerável mestre, para ser introduzido às regras e princípios da música.
Aloysius - Desejas, então, aprender a arte da composição?
Josephus – Sim.
Aloysius – Mas, não estás ciente que este estudo é como um imenso oceano, que não se esgota mesmo
na duração de vida de um Nestor? Estás certamente empreendendo uma pesada tarefa, um fardo maior
que o Etna. Se é em qualquer caso muito difícil escolher uma profissão – desde que, da escolha, quer seja
certa ou errada, dependerá a boa ou má sorte, para. o resto da vida – quanto cuidado e perspicácia aquele
que ingressa nesta arte utiliza antes que ouse decidir. Porque músicos e poetas nascem como tais. Deves
tentar lembrar se mesmo na infância sentiste uma forte inclinação natural para esta arte e se estiveste
profundamente comovido pela beleza das harmonias.
Josephus – Sim, o mais profundamente mesmo antes que eu pudesse argumentar, fui conquistado pela
força deste entusiasmo estranho e voltei todos os meus pensamentos e sentimentos para a música. Agora o
ardente desejo de entendê-la me possui, e me conduz quase contra meus desejos, e dia e noite agradáveis
melodias parecem soar em torno de mim. Portanto penso não ter mais razão para duvidar de minha
propensão. Nem as dificuldades do trabalho me desencorajam, e espero que com a ajuda da boa saúde eu
deva ser capaz de dominá-la. Certa vez ouvi um sábio dizer: O estudo, mais que uma tarefa, é um prazer.
Aloysius – Estou contente em reconhecer tua aptidão natural. Há apenas um ponto que ainda me
preocupa. Se ele for removido aceitar-te-ei entre meus alunos.
Josephus – Por favor, digas qual é, reverendo mestre. Contudo, certamente nem esta nem qualquer outra
razão me fará desistir de meus planos.
Aloysius – Talvez a esperança de futuras riquezas e posses induziram-te a escolher esta vida? Se este for
o caso, acredita-me que deves mudar de idéia; quem governa o Parnassum é ApoIo e não Plutão. Aquele
que deseja riquezas deve tomar outro caminho.
Josephus – Não, certamente não. Por favor, esteja certo que não tenho outra intenção a não ser seguir
minha vocação pela musica sem qualquer pensamento de ganho. Lembro-me também que meu professor
sempre me disse que devemo-nos contentar com uma vida simples e lutar não por riquezas, mas por
proficiência e por um bom nome, porque a virtude é a própria recompensa.
Aloysius – Estou contente em encontrar um jovem estudante tal como desejaria. Mas, dizei-me, estás
familiarizado com tudo o que foi dito a respeito dos intervalos, a diferença entre consonâncias e
dissonâncias, a respeito dos diferentes movimentos, e a respeito das quatro regras no livro precedente?
Josephus – Acredito conhecer tudo isto.
(Insiro aqui a conclusão do primeiro livro ao qual Fux se refere:)
[CONSONÂNCIAS
O Uníssono, a terça, a quinta, a sexta, a oitava e os intervalos formados entre estes e a oitava são consonâncias. Alguns
destes são consonâncias perfeitas, os outros imperfeitas. O uníssono, a quinta e a oitava são perfeitas a sexta e a terça,
imperfeitas. Os intervalos restantes, como a sexta, a quarta 1 a quinta diminuta, o trítono, a sétima, e os intervalos
formados entre estes e a oitava, são dissonâncias.
1 Em um capítulo anterior, Fux Distingue entre a quarta obtida pela divisão artimética da oitava, e aquela obtida pela
divisão harmônica (n.e., Alfred Mann anexa um appendix explicativo sobre divisão aritmética e harmônica). No
primeiro caso, onde a nota mais grave da quarta é ao mesmo tempo a fundamental – ou seja, em qualquer momento no
tratamento a duas vozes – a quarta é considerada dissonância. No segundo caso, seu caráter dissonante é invalidado por
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